Números do IBGE mostram perda de ritmo na recuperação do setor. Em 12 meses, avanço desacelerou de 3,3% em agosto, para 2,8% em setembro.
As vendas do comércio varejista brasileiro tiveram uma queda de 1,3% em setembro na comparação com agosto, informou nesta terça-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, trata-se do pior setembro da série histórica da pesquisa, iniciada em 2000. Além disso, foi o resultado mais negativo desde março de 2017, quando houve queda de 1,9% na comparação com o mês imediatamente anterior.
A queda das vendas acontece após uma alta de 2% em agosto – resultado revisado após leitura inicial de alta de 1,3% divulgada anteriormente.
No consolidado do 3º trimestre, o setor apresentou estabilidade no comparativo com o 2º trimestre. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve avanço de 1%.
Os números do IBGE mostram um perda de ritmo na recuperação das vendas do setor.
Perda de fôlego
Com a queda de setembro, o varejo passou a acumular alta de 2,3% no ano. Em 12 meses, o avanço desacelerou de 3,3% em agosto, para 2,8% em setembro.
Desde abril, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros, os resultados acumulados no ano e em 12 meses perderam ritmo de forma sistemática, apresentando ligeira recuperação em agosto, mas voltando a cair em setembro.
“Mas a leitura continua a mesma, de uma trajetória de recuperação. Apesar da perda de fôlego na passagem de agosto para setembro, os resultados acumulados continuam positivos”, destacou a pesquisadora.
6 das 8 atividades apresentam queda
Segundo o IBGE, 6 das oito atividades pesquisadas registraram queda em setembro. Os maiores recuos foram verificados nas vendas de combustíveis e lubrificantes, e nos supermercados.
- Vendas do comércio por segmento:
- Combustíveis e lubrificantes: -2%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -1,2%
- Tecidos, vestuário e calçados: 0,6%
- Móveis e eletrodomésticos: 2%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: -0,4%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -1%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,2%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -1%
- Veículos e motos, partes e peças: 5,5%
- Material de construção: 3,4%
Perspectivas
Com o desemprego ainda elevado, a economia brasileira tem mostrado um ritmo de recuperação ainda lento em 2018, mas nos últimos meses melhorou o otimismo dos empresários.
A confiança do comércio subiu em outubro e atingiu o maior nível em cinco meses, voltando para níveis anteriores à greve dos caminhoneiros, sugerindo que o pior momento do setor começa a ficar para trás”.
Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no 2º trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento de pouco mais de 1% em 2018. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,36% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.
Fonte: G1