Nações integravam países comunistas até a década de 1990. Hoje, as duas têm relação conturbada.
Os anos 1990 refundaram Rússia e Croácia, países adversários nesta fase da Copa do Mundo. Antes da queda do comunismo, os dois países eram repúblicas componentes de duas nações maiores: União Soviética e Iugoslávia.
No entanto, enquanto os russos detinham o domínio cultural, político e até linguístico do antigo país, os croatas formavam apenas mais uma das repúblicas iugoslavas. Moscou era a capital soviética, mas Belgrado, na Sérvia, e não a croata Zagreb, abrigava o governo da Iugoslávia.
Apesar do comunismo e da origem eslava em comum dos dois antigos países, a relação entre União Soviética e Iugoslávia não era muito amistosa.
O líder iugoslavo, Josip Broz Tito rompeu com o soviético Josef Stalin em 1948, por divergir da URSS em questões estratégicas do Leste Europeu. Moscou tentava ampliar o poderio no Leste Europeu, mas a Iugoslávia pretendia manter a soberania local. Tito ajudou a fundar, inclusive, o Movimento dos Países Não Alinhados, contrário a tomar parte na polarização da Guerra Fria.
Além disso, Rússia e Croácia ressurgiram nos anos 1990 de maneiras diferentes. A formação da Federação Russa veio naturalmente após Mikhail Gorbachev declarar a União Soviética desfeita. Afinal, Moscou comandava as demais repúblicas.
A independência croata, porém, só ocorreu por meio de conflito armado com tropas sérvias fieis ao governo iugoslavo, entre 1991 e 1995. Segundo estimativas, mais de 20 mil morreram na guerra.
Rivalidade entre croatas e russos.
Além disso, Rússia e Croácia ressurgiram nos anos 1990 de maneiras diferentes. A formação da Federação Russa veio naturalmente após Mikhail Gorbachev declarar a União Soviética desfeita. Afinal, Moscou comandava as demais repúblicas.
A independência croata, porém, só ocorreu por meio de conflito armado com tropas sérvias fieis ao governo iugoslavo, entre 1991 e 1995. Segundo estimativas, mais de 20 mil morreram na guerra.
a maior rivalidade entre russos e croatas ocorre no xadrez.
m dos maiores jogadores de xadrez da história, Garry Kasparov, competiu sob bandeiras soviética e russa. No entanto, em 2014, o enxadrista trocou a Rússia pela Croácia. O motivo: Vladimir Putin.
Kasparov é crítico contumaz da política do atual presidente russo. Em 2007, ele acabou preso em uma manifestação contra Putin, a quem chama de “ditador” e já o comparou ao vilão Don Corleone.
Ele também apanhou da polícia russa, em 2012, durante protesto contra a condenação da banda Pussy Riot, opositora ao governo. Publicamente, o enxadrista diz correr risco de sofrer assassinato político.
Por isso, Kasparov — que também lidera a Human Rights Foundation, em Nova York — deixou a Rússia. Tentou abrigo em outros países adversários de Putin, como a Letônia. Mas foi na Croácia que conseguiu um passaporte e nova nacionalidade.
As relações entre Croácia e Rússia, inclusive, são frias. Os croatas fazem parte da União Europeia desde 2013 e, por isso, tendem a apoiar pautas ocidentais e contrárias aos interesses de Putin.
Em maio, a Croácia expulsou um diplomata russo em solidariedade ao envenenamento de um agente no Reino Unido supostamente coordenado pela Rússia.
Copa de Indicadores
Rússia e Croácia se recuperam das crises e das guerras da década de 1990 em ritmos diferentes. Na maioria dos indicadores escolhidos pelo G1, ambos apresentam números parecidos.
Há duas comparaçãoes, porém, em que os dois países mostram diferença considerável. A Rússia tem menor taxa de desemprego, até porque a economia da Croácia — parte da UE mas fora da zona do euro — foi atingida com mais força pela crise de 2008. O país até proibiu festas públicas de Natal e Ano Novo naquele ano.
No entanto, a Croácia apresenta uma taxa de homicídios relativamente baixa, menor até do que países mais desenvolvidos da Europa: apenas um para cada 100 mil habitantes. Na Rússia, o índice é mais de 10 vezes maior.
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